quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

MODA

A moda era tão importante quanto a música no contexto da psicodelia sessentista. Para garotos, isso significava deixar o cabelo crescer no estilo “cogumelo”. O rolling stone Brian Jones foi considerado o melhor estilo de cabelo. Portanto, aquele que chegava mais perto do estilo dele era considerado muito popular. Entre os punks norteamericanos, Joe Kelley, baixista dos Shadows Of Knight, e também todos os integrantes dos Blue Magoos, tinham excelentes estilos de cabelo. Era quase impossível ver seus olhos. Aqueles que não tinham cabelos longos deixavam que o cabelo crescesse até o queixo e penteavam para os lados, permitindo que o mesmo caísse na própria face, conforme tocavam o seu instrumento. Mais tarde, conforme o estilo mudava de punks para hippies, os caras começaram a repartir o cabelo no meio e deixar que crescessem até os ombros. Mas essa é uma outra história.

As garotas não tinham um papel ativo na cena garage punk. As bandas eram 100% formadas por homens. Entretanto, as platéias eram quase sempre compostas por mulheres, em sua maioria. Uma porção de rapazes se sentia ofendida pelos cortes de cabelo e pelas vestimentas que os músicos ostentavam, mas as garotas adoravam, pois fazia lembrar os seus ídolos britânicos. Portanto, as garotas que seguiam a cena tentavam agradar as bandas, trabalhando duro para se vestirem como garotas inglesas, ou “pássaros”, como elas eram então chamadas. O cabelo era usado longo e liso. Se uma garota tivesse cabelo naturalmente cacheado, tratava logo de alisá-lo com ferro quente. Instruções para essa complicada operação podiam ser encontradas em revistas dedicadas a adolescentes.

As roupas eram usadas o mais curtas possível (pelo menos o mais curta quanto as escolas pudessem permitir) e as botas eram as mais bonitas do momento. Opcionais, mas não menos importantes, estavam os cintos com fivelas grandes e os chapéus “mod”. Se alguém dissesse a uma garota que ela se parecia com Marianne Faithfull, ela se sentia satisfeita por estar na moda. O visual de Marianne era o visual perseguido pela maioria das meninas. Além dos já citados tipos de cabelos, os garotos costumavam também usar calças de veludo ou caneladas, a não ser que quisessem parecer realmente sinistros – nesse caso, usavam calças jeans pretas. As camisas eram intensamente coloridas (com listras, bolinhas ou paisley) e, algumas vezes, mangas largas. A exemplo das garotas, os garotos também usavam cintos com fivelas grandes e capas de corduroy. Para os pés, havia as botas dos Beatles (importadas da Inglaterra), com salto alto e bicos pontudos.

Os instrumentos musicais eram parte essencial do visual. Como já foi dito, muitos grupos usavam instrumentos da Vox. Portanto essa era a marca mais freqüentemente lembrada quando se falava em bandas de garagem. Os instrumentos da Vox não tinham necessariamente o melhor som e não eram necessariamente os mais fáceis de serem tocados (o manejo dos braços da guitarra e do baixo eram horríveis), mas eles eram, disparado, os de visual mais incrementado. É importante lembrar que a imagem era um fator importante. Outras guitarras bastante populares eram a Rickenbacker (especialmente a de 12 cordas, usada pelas bandas de folk-rock), a Fender (Stratocaster, Telecaster e Jaguar) e a Silverstone da Sears. Para os órgãos compactos, as marcas eram Vox (Jaguar e Continental) ou Farfisa. Os amplificadores eram Fender (Twin Reverb, Super Reverb e Bandmaster) ou Vox (Super Beatle e Buckingham).

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