quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

DETROIT

Michigan era outra mina de ouro repleta de talentos. A área de Detroit possuía bons estúdios, clubes bem freqüentados e gravadoras independentes muito bem organizadas, tais como a Hideout e a Square. Os adolescentes locais simplesmente devoravam o soul branco produzido pelas bandas punks. E várias bandas alcançaram um certo sucesso. The Fugitives lançaram um decente disco gravado ao vivo que soava como se fosse uma reedição. The Nationals eram, possivelmente mais adeptos do blue-eyed soul do que os Young Rascals, e eles fizeram dessa vertente um bom negócio. Seu único álbum não chega perto da intensidade dos seus compactos de vinil que, hoje em dia, são extremamente raros. Cherry Slush foi uma das primeiras bandas de Dick Wagner (mais tarde, no Frost e parceiro musical de Lou Reed e Alice Cooper). Scott Richard Case, que mais tarde se tornaria o mais metaleiro SRC, era uma boa banda e Case era um cantor que provavelmente teria ido muito longe. Terry Knight também lançou um par de excelentes álbuns. Seu grupo, o The Pack, acabaria se transformando no Grand Funk Railroad, e Terry largaria os vocais para ser apenas o empresário da banda. The Wanted fez uma boa versão punk de “In The Midnight Hour”. Outros singles como “East Side Story” e “Persecution Smith” também vieram à luz pelas mãos dessa banda, que contava com Bob Seger em sua formação.

Outras gravações interessantes podem ser citadas, tais como “Farmer John”, dos Tidal Waves, “Love’s Gone Bad”, dos Underdogs, “Where You Gonna Go”, dos Unrelated Segments, “Who Do You Love”, dos Woolies, e os dois primeiros álbuns dos Amboy Dukes. Sim, até mesmo Ted Nugent já foi um punk.

Nessa época, os maiores astros de Detroit eram Mitch Ryder & The Detroit Wheels, que realmente pegavam pesado com clássicos como “Good Golly Miss Molly”, “Jenny Take A Ride” e “Sock It To Me Baby”. Seguramente ele ouviu os originais, mas o seu grito era mais punk de branco do que soul de branco e ele acabou deixando para a posteridade uma porção de memoráveis gravações.

O que pode ser considerada a melhor canção punk já saída de Detroit é regularmente citada em artigos sobre o Texas. Confuso? Bem, “96 Tears”, com o seu repetitivo riff de teclado a cargo de Augie Myer e vocais monótonos a cargo de ? & The Mysteryans, foi composta enquanto os mexicanos americanos ainda continuavam vivendo no Texas. Por alguma razão desconhecida, eles se mudaram para Detroit, regravaram a canção pela gravadora Cameo e fizeram dessa gravação um enorme sucesso. Alguns poucos sucessos se sucederam, todos parecendo versões modificadas de “96 Tears”. Seus dois álbuns são importantes. O brilhantismo da banda residia na sua simplicidade (assim como acontecia com os Seeds). Iggy Pop os considera como uma influência crucial em sua música.

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